segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Com homenagem a Getúlio, CSB conclama sindicatos a defender direitos

Atos pelo País resgataram a memória do pai da CLT contra os retrocessos dos direitos trabalhistas
Diante dos retrocessos trabalhistas que ameaçam os direitos dos trabalhadores assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho, a CSB promoveu, nesta quarta-feira, 24 de agosto, o Dia Nacional de Luta em Defesa da CLT. Em São Paulo, o Ato foi realizado no Edifício Getúlio Vargas, sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd).
Em defesa dos direitos trabalhistas e da soberania do País, e em combate ao retrocesso e à influência do capital financeiro, representantes de sindicatos da base da CSB participaram do Ato na capital. Antonio Neto, presidente da CSB e do Sindpd, reforçou a magnitude do dia 24 de agosto e enfatizou a grandeza do ato cometido por Getúlio em favor da Nação – “Essa data representa o suicídio de um homem que morreu para deixar um legado, para mostrar para os brasileiros que os trabalhadores não podem ser escravos”, frisou.
Alvaro Egea, secretário-geral da CSB, discorreu sobre o legado de Getúlio e chamou atenção para o momento político no qual o País vive e que tende a disseminar as mesmas forças que culminaram no suicídio de Vargas. “Getúlio foi eleito com o propósito de criar uma legislação moderna que favorece o trabalhador. Ele foi pioneiro nas leis trabalhistas, foi o pioneiro em permitir o voto da mulher. O suicídio de Getúlio aconteceu porque as mesmas forças que hoje atuam para que ocorra o retrocesso trabalhista estavam agindo naquela época. Essas mesmas forças políticas que seguem os interesses capitalistas ainda atuam para retirar os direitos trabalhistas. Nós estamos aqui não só para defender a CLT, mas a Constituição que defende e garante a existência dos direitos trabalhistas. A Constituição coloca um limite e este limite diz que os direitos que já foram adquiridos não podem retroceder”.
Diante do momento conturbado do País, forças do capital buscam, a qualquer custo, pautar o governo federal. Ao impor mudanças nos sistemas trabalhista e previdenciário, sob a alegação de modernizar o Brasil e equilibrar as contas públicas, o sistema financeiro – juntamente com setores da indústria, dos empresários e da mídia – tentam transferir para os trabalhadores a conta pelas dificuldades econômicas da Nação. “Estamos passando por um momento delicado em que o governo está sendo pressionado a aprovar pautas que representam o retrocesso e um ataque contra os trabalhadores”, ressaltou Neto.
A falácia do déficit da Previdência e a reforma que as forças conservadoras tentam disseminar por meio da mídia escondem uma estratégia pautada nos interesses das elites. “Muitos dizem que a Previdência é deficitária, porém há estudos que mostram o contrário – no período de dez anos, a seguridade social teve um superávit de R$ 538 bilhões. O interesse dos bancos é oferecer uma Previdência mínima que prejudique a classe operária. Dessa forma, a procura pela previdência privada aumenta automaticamente”, defendeu o presidente da CSB.
Antonio Neto ressaltou ainda que não são os direitos trabalhistas ou previdenciários que dificultam o desenvolvimento do País, e sim a dívida pública. “O principal problema do Brasil hoje não é Previdência, não é a reforma trabalhista, é a dívida pública. Por isso nós defendemos a auditoria cidadã. O real problema se apresenta no comprometimento de quase 43% do orçamento da União, que em 2015 chegou a R$ 2,268 trilhões, com o pagamento de juros da dívida”, completou.
O movimento sindical – fruto do legado de Getúlio Vargas, que ganhou força e representatividade ao longo dos anos – possui papel fundamental na defesa da CLT e na organização para impedir mudanças prejudiciais aos trabalhadores. “Nosso papel é defender os direitos dos trabalhadores e organizar o movimento sindical contra os retrocessos. Temos que vencer essa luta, mobilizar, colocar pressão no Congresso. O problema do Brasil não é Previdência, mas a dívida pública. Além disso, para melhorar a Previdência temos que melhorar o desenvolvimento e retomar o crescimento econômico”, concluiu Antonio Neto.
Homenagem ao “pai do povo”
O ato também homenageou o presidente Getúlio Vargas, que há exatos sessenta e dois anos tirava a própria vida na esperança de garantir os direitos trabalhistas e evitar retrocessos para a classe operária. A sede do Sindpd leva o nome de Vargas e hospeda, em sua entrada principal, um busto do presidente. Neste dia 24 de agosto, sessenta e dois anos após a carta-testemunho de Vargas reforçar o desejo do estadista de “deixar a vida para entrar para história”, flores foram depositadas em seu busto. O ato simbolizou a gratidão e o respeito pelo legado do “pai do povo” e líder político responsável pela modernização do Brasil. Alvaro Egea, secretário-geral da CSB, foi enfático ao externar a importância da data para os brasileiros, para a classe trabalhadora e para o movimento sindical no País – “Foi uma iniciativa muito feliz a escolha desse dia, um dia que é simbólico e que nós não devemos deixar passar em branco. Nós temos que continuar as mesmas batalhas que Getúlio e tantos sindicalistas já travaram, porque essas mesmas forças querem o retrocesso. Nós queremos que nosso povo tenha mais direito e conquiste mais liberdade”.
Fonte:CSB

Nenhum comentário:

Postar um comentário