Os servidores públicos municipais de Rondonópolis
continuam em greve e sem previsão para o fim do movimento grevista. Com o apoio
do sindicato da categoria, o SISPMUR, os trabalhadores que abrangem 70% da
categoria que totaliza cerca de 2.300 profissionais, lutam por melhores
condições de trabalho e o Plano de Cargos, Carreiras e Salários - PCCS que, de
acordo com a assessoria de imprensa da entidade sindical é um anseio antigo dos
servidores, porém, cercado de promessas não cumpridas pelo prefeito Percival
Muniz há pelo menos dois anos. Conforme o assessor Oséias Freitas, o que vem
causando mais revolta neste contexto são os ataques do chefe maior do executivo
municipal na mídia local, ao gestor sindical Rubens de Oliveira Paulo, que gere
o Sispmur. O presidente da Federação dos Servidores Públicos do Estado de Mato
Grosso - FESSPME/MT, Nedilson Maciel, falou também em nome da Central dos
Sindicatos Brasileiros – CSB, que a representa, e criticou a postura do
prefeito de Rondonópolis.
FESSPME/MT
Arbitrariedade - "Trata-se
de um ataque moral ao Sindicato Municipal dos Servidores Públicos de
Rondonópolis – SISPMUR e um ‘confrontamento’ entre o prefeito de Rondonópolis e
o presidente do sindicato." A definição é de Nedilson Maciel,
acrescentando que o gestor do executivo municipal "tem se utilizado
da mídia televisiva, impressa e digital da cidade para tentar atingir a
autoestima, integridade e cercear o direito dos servidores de Rondonópolis de
se manifestarem contra o autoritarismo do prefeito, que tem inserido matérias
extremamente contra o presidente sindical e não exatamente a categoria;
até porque, se derrubar o presidente derruba também o movimento.
Esperamos que a justiça e autoridades locais intervenham nesta arbitrariedade
com intuito de intimidar os servidores", protestou o presidente da
Federação dos Servidores Públicos do Estado de Mato Grosso - FESSPME/MT, Nedilson
Maciel, enquanto representante também da CSB.
Limite - Nedilson
Maciel acredita que, se a greve for julgada ilegal o movimento cria certa
fragilidade no processo, mas que a real
ilegalidade está no cerceamento do direito
dos servidores. "Quando o ele - Percival Muniz - vai aos meios de
comunicação mostra que ataca não a categoria e sim o presidente, pois a
manifestação parte dele; mas focar o ataque nele - Rubens - é complicado, e
exigimos que o prefeito tenha limite em suas ações neste sentido", complementou.
TCE/MT - O presidente da FESSPME/MT se
posicionou solidário aos servidores públicos, no sentido de direito de
reivindicar melhores condições de trabalho e salários junto às bases de
trabalho e de quadro funcional. Para Nedilson Maciel a categoria busca apenas
garantir um direito de acordo já feito com os servidores, a implantação do
PCCS, que o SISPMUR está lutando para que seja implantado, uma determinação do
Tribunal de Contas do Estado – TCE -, o que a seu ver o gestor pode incorrer em
improbidade administrativa. "Esperamos que essa semana ele reveja sua
arbitrariedade e tenha mais respeito com a categoria. Não cabe atacar
politicamente o gestor sindical até mesmo expondo conversas de facebook, etc,
pois isto não é legal e se trata de uma ação coletiva, concluiu. O que queremos
é que haja um direito de representação, pois é um direito deles
reivindicarem", concluiu.
ASCOM/SISPMUR
Zera PCCS - De acordo com o assessor de
imprensa do SISPMUR, Oséias Freitas, a pauta de reivindicações é extensa,
dentre elas, a implantação do PCCS, uma espera que já perdura pelo menos dois
anos, desde um acordo feito ainda em período eleitoral de reposição salarial de
19%, não para todos os servidores, mas para aqueles que ganham menos que um
salário mínimo. Além disso, a incorporação de rendimentos no salário
base, a exemplo de servidor com salário base de R$ 2.500,00 (fiscal de
tributos, etc), mas ao final recebe R$ 10 a 12 mil por conta da produtividade
ou contribuição laboral. Freitas explica que a proposta do executivo é de
suspender a greve, suprimir estes rendimentos e mandar o PCCS para a Câmara
Municipal em 30 dias. Para a gestão do SISPMUR, o ideal e implantar a
incorporação destes benefícios em ganhos, "zerar" o PCCS e
confeccionar um novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários.
2ª Greve - Oséias acrescenta que parte da
Câmara Municipal concorda com essa proposta. Para ele, "o prefeito não tem
mais crédito para a suspensão da greve, uma vez que em maio de 2014 os
servidores receberam a mesma proposição no período de outra greve que durou cerca
de duas semanas, mas deste então o PCCS nunca se concretizou. "Foram pagos
mais de 80 mil reais para o IFMT fazer um estudo há dois
anos, para a inserção do que seria melhor ao PCCS,
e após seis meses de trabalho o plano foi ignorado porque ao serem entregues as
tabelas de carreiras e salários o prefeito entendeu que os valores não
correspondiam à realidade. Ele está transferindo a responsabilidade para a
Câmara e o sindicato em vez de resolver os problemas da cidade.
Fortelecido - Para
o assessor a proposta do executivo tira toda a possibilidade de crescimento
profissional dos servidores, pois avalia que sem o PCCS não ja como evoluir.
Ele reitera que "o Sispmur tem sido vítima de ataques em sites de
grande acesso e ligados à prefeitura, em que está se plantando notícias -
‘fofocas’ - de toda forma". Oséias assegura que o SISPMUR não compartilha
desta forma de comunicação, com uso da máquina pública para tais afrontas e,
que apesar disto, o movimento grevista se mantém fortalecido, já que a greve abrange
70% da categoria. "Foi o próprio servidor quem pediu a greve, porque
apesar de o sindicato ter votado em dezembro pela prorrogação do Indicativo de
Greve para 30 dias, que a adiaria para o fim de fevereiro, em 27 de janeiro os
servidores decidiram parar de imediato", finalizou.
CSB/SINTAP/MT – “A
Central dos Sindicatos Brasileiros se põe sempre presente nas lutas dos
sindicatos municipais que fazem parte da FESSPME/MT, buscando não só o CCS,
como também melhores condições de trabalho aos servidores, e essencialmente a
revitalização do sindicalismo na base. Em se tratando do
SISPMUR, na pessoa do presidente Rubens Paulo, que apesar da greve, enquanto
ferramenta de última instância face à negligência das autoridades a que
competem as decisões a bem dos servidores, em verdade prima e preferiria o
diálogo com prefeito de Rondonópolis; contudo, o mesmo vem desrespeitando os
acordos feitos com a categoria, e ainda, se utilizando da mídia para agredir
muito mais o gestor sindical que o próprio sindicato que este gere. E, nós da
CSB e a Federação rechaçamos a forma como o prefeito Percival Muniz vem
tratando seu servidor, porque este é o patrimônio principal de um município,
por dar sustentabilidade de todas as ações de seu chefe maior do executivo;
portanto,
nada mais justo que tratá-lo com o devido
valor e preservá-lo, respondendo com a valorização à altura de sua essência,
principalmente quanto aos direitos destes trabalhadores. Queremos aqui deixar
um apelo ao prefeito Percival Muniz, clamando para que ele se sensibilize com
as reivindicações da categoria, sentando para discutir a respeito, e muito mais
que isto, cumprindo com o seja acordado; e se preciso for estaremos juntos
nesta negociação para que ela aconteça da forma mais breve possível,
pois, apesar de reconhecer a necessidade de uma greve em certos momentos
para cada segmento, sabemos também que, quem mais perde isto são os cidadãos,
neste caso, os rondonopolitanos, que se utilizam dos serviços da administração
municipal. A Central está sempre à disposição, uma vez que objetiva tão somente
somar nos interesses das classes trabalhadoras de todo o país”, finalizou a
vice-presidente nacional da CSB, e presidente do SINTAP/MT, Diany
Dias.